Neste domingo me deu uma vontade muito grande de assistir a um filme em casa. Chamei a minha mulher e fomos até a locadora para escolher um filme. Depois de perambular um pouco entre as prateleiras escolhemos o filme “Eu, Robô”. A estória parecia interessante e os efeitos especiais seriam uma diversão à parte, pois eles mexem com a nossa imaginação.
No início, o filme foi um pouco chato por causa do seu clima “high tech”. Porém o meu tédio não durou muito tempo. Eis que um crime desperta um clima de suspense que aumenta ainda mais quando fico sabendo que o suspeito é uma máquina. A partir deste momento percebo que vale a pena prestar atenção. Que bom! Não é apenas mais um daqueles filmes cheios de efeitos especiais, penduricalhos e papagaiadas inacreditáveis.
Eu não me lembro de ter assistido um filme policial onde o suspeito é um robô. No desenrolar da estória, ninguém acredita que um robô é capaz de cometer um assassinato. Desde o dono da mega empresa que construiu o ser cibernético ou a doutora mocinha que mistura terapia com robótica, todos são unânimes em dizer que isso é impossível. Os princípios da robótica são infalíveis. Loucos sim estavam aqueles que ousavam questionar impunemente as maravilhas da tecnologia.
Bem, não vou contar o final do filme. Não quero ser taxado de “estraga-prazer” por ninguém. Mas eu o recomendo. Sobretudo, pelo que está nas entrelinhas. O que vemos é o embate entre as máquinas e os humanos. O conflito entre a confiança e o descrédito na tecnologia. É o questionamento sobre o poder conferido à tecnologia onde esperamos que ela nos dê todas as respostas. O filme destaca o pensamento e a liberdade do homem e critica o automatismo e a esterilidade da tecnologia assim com questiona a importância exagerada que atribuem a ela. O homem é o senhor de seu destino, e como disse o Gumercindo, o porteiro lá do condomínio: - “o computador é só um burro veloz”.
A propósito, tudo isso me faz lembrar o dia-a-dia das organizações. Vejamos o mundo dos negócios. Podemos ver a empresa como uma combinação entre pessoas, processos e tecnologia. Destes três elementos, as pessoas são mais importantes por uma simples razão: Nada acontece sem elas. Porém, não podemos ignorar que as pessoas também são a parte mais vulnerável. Entretanto, processos e tecnologia são produtos feitos pelo homem e para o homem. Quando subvertemos a ordem e conferimos o dom da infalibilidade à criatura, estamos caminhando sobre areia movediça.
A tecnologia da informação é formidável, mas não passa de um produto. As pessoas são mais importantes. Penso que é saudável não esquecer disso.
Onde foi publicado
- Portal Nix - Tecnologia da Informação: www.nix.com.br
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Excelente artigo. Já vi isso acontercer em minha empresa. Carlos Madudeira - São Paulo/SP
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