Na arena do mercado, as soluções de tecnologia da informação são como pretendentes buscando casamento. Para conquistar o seu eleito elas fazem juras de amor eterno. Muita gente acaba cedendo diante de tanta sedução e se rende aos apelos dos resultados rápidos. Ébrios da certeza de ter encontrado a solução eterna para a solidão do mundo dos negócios e marcam a data do casamento, ou seria melhor dizer a implementação do sistema?
O casamento entre tecnologia da informação e os negócios sempre traz surpresas. É como entrar em um túnel escuro e longo. A cada quilômetro que avançamos descobrimos novidades que não foram apresentadas nos tempos do namoro. Algumas são positivas, mas, muitas vezes nos deparamos com situações que produzem turbulências, prejuízos e muita dor de cabeça. A frustração com projetos intermináveis e a ausência dos resultados prometidos, entretanto, contribuirão com a sua cota de sacrifícios, mas também nos darão a possibilidade de amadurecer. Promover o casamento entre tecnologia e negócios não é fácil.
Quando uma empresa casa com uma solução tecnológica, na verdade ela está preparando uma receita muito complicada. Misturar pessoas, processos e tecnologia é a fórmula perfeita para gerar conflitos. Aliás, administração de conflitos deveria ser uma disciplina integrada aos processos de implementação de sistemas.
Na medida que tempo passa e a empresa sofre o impacto das mudanças do mercado, tudo muda: interesses, processos, motivações e pessoas, por exemplo. Esse é um momento delicado porque talvez também seja hora de mudar a tecnologia usada pela empresa na gestão do seu negócio. Portanto, a separação será inevitável.
Enfim, penso que a prática do adultério tecnológico não é inteligente. A tecnologia é temporal e imperfeita. Quando sua aderência com o negócio está comprometida é melhor buscar novas soluções. O problema é que isso é difícil e o custo é alto. “O divórcio é mais caro que o casamento”, já me dizia o Dr. Virgolino, meu advogado.
Bem acho que é melhor ficar por aqui porque já estou até filosofando, atitude que no mundo dos computadores é simplesmente inaceitável. A moral da estória é que a gente nunca devia casar com a tecnologia: O melhor mesmo é “ficar” até que a próxima inovação nos separe!
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