12/15/2004

A segurança na era da informação.


O ser humano sempre se preocupou com a sua segurança pessoal e a proteção de seus bens. Segurança e sobrevivência também levaram os homens a fundar cidades e se organizar em grupos sociais. A sociedade moderna, pressionada pelo impacto da tecnologia da informação, está fazendo novas leituras do conceito “segurança”.

Os computadores, sistemas integrados e, sobretudo a Internet, nos inseriram na era da informação e do comércio eletrônico. Hoje, qualquer um pode fazer compras, pagar contas e fazer investimentos usando o computador em sua casa ou escritório. Podemos até fazer a nossa declaração de imposto de renda pela Internet. Os sistemas informatizados tornaram-se tão essenciais que as empresas que não os utilizarem perderão espaço no mercado.

A tecnologia da informação é um recurso fundamental para a inovação. O projeto do biodiesel, por exemplo, desenvolvido na região de Ribeirão Preto, produziu muito conhecimento, fruto de pesquisas e experimentos, que não poderiam ser armazenados sem a utilização de computadores, redes de comunicação e sistemas de bancos de dados.

É espantoso constatar como os negócios dependem cada vez mais da tecnologia da informação. Contudo, diante deste cenário, as ameaças de atentados terroristas, roubo de informações, ataques de vírus e as ações criminosas de “hackers” podem trazer conseqüências catastróficas para a economia mundial. Por isso a segurança da informação transformou-se em uma questão inadiável e fundamental para a sociedade.

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Tecnologia: máquinas x pessoas


Neste domingo me deu uma vontade muito grande de assistir a um filme em casa. Chamei a minha mulher e fomos até a locadora para escolher um filme. Depois de perambular um pouco entre as prateleiras escolhemos o filme “Eu, Robô”. A estória parecia interessante e os efeitos especiais seriam uma diversão à parte, pois eles mexem com a nossa imaginação.

No início, o filme foi um pouco chato por causa do seu clima “high tech”. Porém o meu tédio não durou muito tempo. Eis que um crime desperta um clima de suspense que aumenta ainda mais quando fico sabendo que o suspeito é uma máquina. A partir deste momento percebo que vale a pena prestar atenção. Que bom! Não é apenas mais um daqueles filmes cheios de efeitos especiais, penduricalhos e papagaiadas inacreditáveis.

Eu não me lembro de ter assistido um filme policial onde o suspeito é um robô. No desenrolar da estória, ninguém acredita que um robô é capaz de cometer um assassinato. Desde o dono da mega empresa que construiu o ser cibernético ou a doutora mocinha que mistura terapia com robótica, todos são unânimes em dizer que isso é impossível. Os princípios da robótica são infalíveis. Loucos sim estavam aqueles que ousavam questionar impunemente as maravilhas da tecnologia.

Bem, não vou contar o final do filme. Não quero ser taxado de “estraga-prazer” por ninguém. Mas eu o recomendo. Sobretudo, pelo que está nas entrelinhas. O que vemos é o embate entre as máquinas e os humanos. O conflito entre a confiança e o descrédito na tecnologia. É o questionamento sobre o poder conferido à tecnologia onde esperamos que ela nos dê todas as respostas. O filme destaca o pensamento e a liberdade do homem e critica o automatismo e a esterilidade da tecnologia assim com questiona a importância exagerada que atribuem a ela. O homem é o senhor de seu destino, e como disse o Gumercindo, o porteiro lá do condomínio: - “o computador é só um burro veloz”.

A propósito, tudo isso me faz lembrar o dia-a-dia das organizações. Vejamos o mundo dos negócios. Podemos ver a empresa como uma combinação entre pessoas, processos e tecnologia. Destes três elementos, as pessoas são mais importantes por uma simples razão: Nada acontece sem elas. Porém, não podemos ignorar que as pessoas também são a parte mais vulnerável. Entretanto, processos e tecnologia são produtos feitos pelo homem e para o homem. Quando subvertemos a ordem e conferimos o dom da infalibilidade à criatura, estamos caminhando sobre areia movediça.

A tecnologia da informação é formidável, mas não passa de um produto. As pessoas são mais importantes. Penso que é saudável não esquecer disso.

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Alguém viu o ROI?

Um dos sinais de maturidade do ser humano é o equilíbrio. Porém o pedágio que a vida nos cobra para adquiri-lo equivale a muitos anos de cabeçadas e decepções. Leva muito tempo para ouvir aquela voz interior que nos sussurra: “Vá em frente. Tudo que você precisa para alcançar o sucesso está dentro de você mesmo”.

Com as empresas não é diferente. Elas também gastam muito tempo dando cabeçadas e aprendendo com seus erros. Afinal, o mundo dos negócios também cobra um pedágio caríssimo para que uma organização aprenda a se equilibrar na corda bamba do mercado.

A tecnologia da informação abre um leque de possibilidades para pessoas e organizações que aprendem. Porém, ao contrário do que parece, o mundo “high Tech” não tem concretizado todas as expectativas apregoadas pelos tecnicistas. Muitas vezes não vemos equilíbrio ou ponderação na relação entre tecnologia e negócios. Contudo o que verificamos é a existência de verdadeiros “buracos negros”. Isso tem uma explicação: A informática é uma menina se a compararmos com Engenharia ou Medicina. Ela carrega dentro de si o vigor e a impetuosidade da juventude. Terá que pagar seu preço para conquistar o equilíbrio.

Existe uma grande confusão no mercado de tecnologia. Presenciamos uma verdadeira "panacéia de soluções”. Softwares, hardwares, conceitos, sistemas e caldeiradas de modismo que promovem um verdadeiro carnaval na cabeça das pessoas. É um tal de “TI” pra lá e “byte” pra cá e um cem número de expressões de “informatiquês” que produzem ceticismo e estupefação. Outro dia eu escutei falar de um tal de “Roi”. No início, eu achava que esse cara devia ser algum “hacker”. Ontem, o Justino, o novo estagiário do CPD lá da empresa, me disse que achava que “Roi” era uma sigla em Inglês, que significa “Return on Investiment”. Ufa! Agora só falta saber para que serve esse tal de “Roi”.

Calma meus companheiros da TI. Isso é apenas uma brincadeira. Foi o jeito que encontrei para dar voz a inúmeras pessoas que querem distância de TI porque o “informatiquês” faz com que elas se sintam excluídas. Todos nós sabemos que a tecnologia é um dos mais importantes ingredientes do progresso, entretanto, muitas vezes atravessamos o samba da comunicação pelo excesso de palavreado técnico. Enfim, é bom lembrar que, normalmente, as pessoas que pagam a conta da Tecnologia da Informação nas empresas não são muito chegadas ao blá blá blá do tecnês informático.

O processo de crescimento é lento e doloroso. Faz parte da natureza. Todos nós, profissionais, empresários e organizações teremos de pagar o preço para atingir a maturidade na aplicação da tecnologia nos negócios.
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A mágica da tecnologia


A tecnologia da informação não é nenhuma novidade. Os nossos antepassados, pressionados pelas necessidades de seu tempo, aprenderam a duras penas a buscar as soluções possíveis para resolver seus problemas. Eles não tinham computadores, mas foram capazes de estabelecer os princípios matemáticos e contábeis para gerir seus negócios. Construíram, pirâmides, caravelas e bibliotecas. Eles foram práticos. Usaram os recursos que estavam disponíveis.

Software e hardware são alguns dos recursos de nossa época. Produtos oriundos do conhecimento acumulado ao longo dos séculos, que apesar do jeitão “High Tech”, não passam de ferramentas que devem cumprir sua função: Resolver problemas.

É certo que o domínio do conhecimento é fundamental para o nosso desenvolvimento. Desde o surgimento da escrita, papel e da imprensa até a era da Internet, observamos que a informação é o combustível do progresso humano. Quem sabe pode. A expansão do conhecimento e o poder que o seu domínio proporciona é evidente. Todo mundo quer, mas custa muito dinheiro, planejamento e trabalho.

De fato, apoderar-se do conhecimento custa cada vez mais caro porque a questão fundamental não é apenas ter informação, mas, sobretudo, possuir a informação que realmente precisamos e que trará resultados positivos para o nosso negócio.

Para complicar o cenário, a quantidade de informação produzida tornou-se absurdamente grande. A velocidade com que ela é produzida também acaba reduzindo bastante o seu prazo de validade. Transformaram a informação em “commodity”. A partir deste ponto, a quantidade e a qualidade da informação travam um duelo mortal onde os modismos tecnológicos travestidos de inovação muitas vezes trazem mais problemas do que soluções.

Com efeito, verificamos que não é mais possível estudar e trabalhar sem computadores para nos ajudar a buscar a informação certa, de qualidade, aquela que gera valor. Conseqüentemente, é incrível o aumento de demanda por soluções tecnológicas cada vez mais sofisticadas e caras. Por outro lado, descobrimos que computadores e sistemas são seres imprevisíveis e que às vezes eles inventam problemas para nos torturar sem qualquer cerimônia.
O mundo espera demais da tecnologia da informação. Inovações não fazem milagres assim como dinheiro não cresce em árvores. Computadores, sistemas e Internet são apenas ferramentas que usamos para fazer “coisas”. São como aquela varinha de condão que o mágico usa para fazer os truques que encantam a platéia. Porém, é bom saber que a mágica não está na varinha, mas no talento e no conhecimento do mágico que a utiliza.

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