7/05/2005

A democracia e o mercado de software




Quem nunca se apaixonou? E quem não se decepcionou ao descobrir que o ser amado tem defeitos? Porém, quando as qualidades são maiores do que os defeitos, nós aprendemos a conviver com eles e nos entregamos ao amor; sem medo de ser feliz; não é assim? Do mesmo modo, a democracia também tem seus altos e baixos. Agora mesmo, estamos sentindo os solavancos provocados pelo “mensalão” e várias CPIs. Todavia, tomamos conhecimento desses fatos porque vivemos em uma sociedade democrática e a imprensa é livre. No fim, com a apuração dos fatos e a punição dos responsáveis, as instituições serão fortalecidas. Isto é democracia!
Porém, mudando de política para software, constatamos que o mercado brasileiro de tecnologia da informação precisa abraçar a causa democrática. As empresas precisam ter liberdade para escolher o que é melhor para elas. É preciso estimular a diversidade tecnológica e a concorrência porque o monopólio, seja ele qual for, só é bom para quem o detém.
As empresas precisam de bons sistemas com preços que caibam nos seus orçamentos, portanto, dentro dessa perspectiva, o fenômeno do software livre é bastante oportuno. Ele está oferecendo alternativas para os consumidores, abrindo espaço para inovações, contribuindo para a redução de custos das empresas, gerando novas oportunidades de negócio, empregos e estimulando a indústria nacional de software.
Portanto, o software livre é amigo da democracia. Ele gera concorrência, pluralidade de soluções e liberdade de escolha. Esses valores contribuem para o amadurecimento do mercado e estimulam a competitividade entre desenvolvedores de software de código-aberto e comercial. Quem oferecer boas soluções com preço justo conquistará o consumidor. O mercado deve encarar isso com naturalidade.
Uma boa demonstração de que o confronto entre software de código-aberto e software comercial é positivo aconteceu durante a realização do XV CIAB (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras – www.ciab.com.br), durante o mês de junho, em São Paulo. No decorrer do evento, verificou-se que o debate esquentou e acabou expondo as estratégias de ambos os lados. A Microsoft, por exemplo, investe em novos produtos, mas insiste em sua velha tática de desqualificar os produtos baseados em código-aberto. Porém, desta vez, a empresa de Bill Gates trouxe uma novidade: Ela está defendendo a idéia de que as empresas de código-aberto devem cobrar as licenças de uso para os seus produtos.
Em contrapartida, os fornecedores de soluções de código-aberto como Ibm, Oracle e Cobra, mostraram que seus produtos estão atingindo a maturidade tecnológica, conquistando a confiança do mercado e ganhando terreno, principalmente no setor bancário.
Fazer mais com menos. A tecnologia da informação não conseguirá escapar dessa imposição de mercado. Só os cegos não percebem. Viva a democracia! Viva a concorrência! Abaixo o monopólio!

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