2/17/2005

Vendi o meu fogão para a vizinha!


Sempre que uma solução tecnológica deixa de atender as nossas necessidades, nós a trocamos por outra que ofereça melhores resultados.

Vendi o meu fogão na semana passada. Depois que comprei um microondas resolvi mandar o fogão “às favas” definitivamente. Decidi vendê-lo porque ele perdeu sua utilidade. Acabou virando um incômodo. O velho fogão tornou-se um produto tecnologicamente ultrapassado e até ganhou o apelidado de “sucatão”. Afinal ele não atendia mais às minhas necessidades culinárias: rapidez, praticidade e economia.

A propósito, por conta desta ruptura tecnológica, resolvi pesquisar a palavra “tecnologia” e encontrei uma definição que me agradou pela sua simplicidade e objetividade: “Aplicação do conhecimento na execução de qualquer atividade humana.” Entretanto, após alguns minutos de reflexão, duas perguntas perturbadoras dão o ar de sua graça: Se o conceito é tão simples, por que complicamos tanto? Por que somos induzidos a associar tecnologia apenas à produtos “high tech”? Ora bolas, vassouras e panelas assim como computadores e Internet são produtos do conhecimento humano inventados para solucionar problemas. Na verdade, criamos e usamos tecnologia o tempo todo em tudo o que fazemos.

A tecnologia é maravilhosa! Exclamei em seguida. Ela é o sinal de nosso domínio sobre a natureza. Transformamos os elementos e inventamos coisas para melhorar as nossas vidas. Neste sentido, um programador de computador ao desenvolver um novo sistema contábil e uma dona de casa ao fazer um bolo, “fazem” tecnologia ao aplicar seu conhecimento na transformação dos elementos necessários para criar os produtos, ou melhor, as soluções que eles precisam. Não é surpreendente?

Portanto, quem possui conhecimento pode produzir tecnologia. Isso nos leva à uma questão: a aquisição e produção de conhecimento não deveriam ser o nosso verdadeiro foco de trabalho? Esta idéia ganha força se considerarmos a frenética busca por novos produtos e a escalada da obsolescência tecnológica. É só visitar um “ferro velho” para ter uma mostra do lixo tecnológico que é produzido pela nossa sociedade de consumo. Por fim, penso que neste admirável mundo novo, e em nosso Brasil principalmente, a educação é fundamental.

Mas, e o fogão? Bem, eu o vendi para a Edileuza, a minha vizinha do 612. Afinal, ela ainda não tem microondas e seu velho fogão está nas últimas. Assim, o meu velho fogão ainda é uma solução bastante útil para ela.

Onde foi publicado